ministrado por Luiz Fuganti.
Abordagem do curso:
O que entendemos por existir? Uma existência ativa e uma existência passiva teriam diferentes destinos? Se sim, poderíamos mudar nosso destino a cada ato do nosso existir? Como o faríamos? Qual a qualidade do presente que nos atravessa e que nos faria encontrar em nós aquilo que nos fabrica por potência de nos distanciar de um presente que nos coage? O que se passa realmente quando supomos que pensamos? Quando realmente pensamos? Qual a diferença entre imaginação e pensamento? Haveria além dessa diferença de natureza no que chamamos ato de pensar, também uma diferença essencial entre o entendimento e a intuição? E pra que isso serviria? E quando supomos que agimos, o que se passa realmente? Será que não estamos simplesmente sendo determinados e, ao ignorarmos esse phatos, concluímos que somos ativos ou agimos por que queremos, sendo livres para querer e fazer? E quando sentimos? O que realmente nos toca ou modifica – e em que sentido – nossa potência de existir? Como apreendemos essa modificação de nós mesmos? Como um puro afeto ou como a imagem que fazemos dele e nos faz reduzi-lo a um sentimento? Finalmente, qual uso fazemos disso que acreditamos ser o que nos acontece? Atribuímos seu efeito à boa ou má intenção de um outro e o responsabilizamos pelas dores ou pelos prazeres causados em nós – (odiando-o e destruindo-o ou amando-o e conservando-o) ou o usamos como fonte intensa para criar condições e transmutar o modo de existir e se servir do plus de potência que todo acontecer envolve? O que realmente em nós sente, age e pensa? E qual a qualidade desses atos que constituem o ato de existir?
Podemos conceber a diferença entre modo passivo e ativo de existir:
- O modo passivo exprime uma vida separada do que pode, inferiorizada, submetida às forças do fora e que por isso precisa substancializar os valores Bem e Mal, Perfeito e Imperfeito – ficções produzidas por quem cristaliza os efeitos do devir;
- O modo ativo exprime uma vida potencializada capaz de criar as próprias condições do existir ativo: modo de quem considera tudo além do bem e do mal e do perfeito e do imperfeito e de quem entende que realidade e perfeição é o mesmo.
Nesse sentido, poderíamos também realizar a passagem de um modo ao outro, isto é, mudar do modo inferior para o modo superior de ser?
Não precisaríamos criar uma outra economia da potência ou do desejo, do corpo e do pensamento? Como faríamos isso em nossos modos de vida cotidianos sem se refugiar em mistificações ainda mais danosas para nossas vidas já tão gastas e banalizadas por todos os tipos de ideais?
Encontrar a potência de pensar e com ela fazer a diferença de um modo de vida que distingue um pensamento por imagem (experiência vaga e linguagem) e um pensamento da singularidade sem imagem, o poder e a potência, a moral e a ética, as práticas de potencialização de si e dos outros das práticas de controle e gestão de si e dos outros, e com isso apreender a natureza da força de imaginar do homem; de produzir e usar a ideia e a palavra; a memória e o esquecimento; o movimento e a sensibilidade; os afetos – paixão e ação; a potência e as qualidades do ato que as preenchem; o devir e o ser; a consciência e o ato de pensar; o desejo e seu combustível; e se isso nos serviria para praticar e realizar um programa para a invenção de um modo ativo de vida.
Curso Extensivo:
- Duração: 32 horas (16 aulas)
- Acesso online disponível por seis meses
- Curso disponível em vídeo