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Educação para potência (trecho do curso)

“… No estado o mito tem sempre um duplo aspecto: a fundação – um mito que funda o cosmos sobre o caos. O cosmos tem uma data de nascimento, um começo e a partir daí se estabelece uma dinastia. Sempre há um risco do cosmos se afundar no caos e é por isso que o Anax e seus sacerdotes exercem a função de manter a ordem que se estabelece sobre a natureza. Isso tudo devido ao déspota, ele é o grande credor dessa ordem cósmica, dessa fundação cósmica. Além desse mito de fundação que emerge de um combate, de uma luta, um mito violento de fundação existe o mito pacífico de regulação. O uso da função mítica das narrativas para regular depois, uma vez que a sociedade está fundada, regular o seu funcionamento em tempos de paz. A marcação das estações, das funções, vários rituais que vão pontuando essa rede que distribui e recorta o espaço, que secciona o tempo e faz com que a sociedade, as plantas, os animais, a própria natureza fique organizada. O estado precisa desse plano formal para integrar o seu poder. É uma espécie de estratificação que se opera no campo da linguagem com um uso mítico. …”

© Escola Nômade de Filosofia