‘Como é que estou disposto pra chegar a não ser mais capaz de encontrar o real?
O significante, como o grande Outro (Lacan), é o espelho essencial pra que se concretize a ausência do objeto total. Nunca vai ter objeto total, eu vou ter sempre um objeto parcial preenchendo insuficientemente o meu desejo, que vai fazer com que no fundo eu admita a realidade essencial que é a da castração, “nós somos todos castrados”…
(…) Como diz Nietzsche, eu não preciso refutar os ideais, eu apenas calço luvas contra eles.
Porque o ideal que quer ser superior à vida e à natureza… ah, esse é perigoso! Esse é inimigo.
Por quê?
Porque ele está desqualificando a vida como uma forma inferior, esse é o problema.
Agora, o ideal no acontecimento, o que que é?
O ideal no acontecimento é um simulacro? O simulacro é um fingimento? Não, o simulacro é uma produção, é uma condição de produção de realidade – é como a fabulação em Bergson.
Por quê? Porque na passagem não tem figura e não tem forma.
Como finalizar ou dar forma ao acontecimento… ele muda na hora em que eu chego lá. Na hora em que eu chego no meio, o meio já foi,
o horizonte mudou (…)’
(trecho da palestra proferida por Luiz Fuganti, Faculdade de Tecnologia e Ciências
Campus Universitário de Vitória da Conquista-BA)