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agenciamento do desejo

A coexistência é o próprio devir revolucionário

Quanto tempo a humanidade precisará? Quanta tristeza? Quanta injustiça? Quanta dor? Quanto desperdício? Para que comece a focar novamente diante do que a atravessa imediatamente?

Focar no acontecimento. Extrair do acontecimento uma memória de futuro sem a qual nós não esticamos o desejo, não intensificamos o desejo, não esticamos e intensificamos a vontade, não nos alongamos e permanecemos de modo tal que a liberdade seja uma coisa produzida, inventada e não dada.

Agenciamento

O conceito de agenciamento opera um duplo ultrapassamento em relação ao modo de pensar da tradição inaugurada pelo humanismo moderno: por um lado, destitui a ideia dominante de uma natureza humana a priori – cuja forma legitimaria o senso comum do sujeito do conhecimento, a partir da constituição de um modo superior de desejar, neutro e desinteressado; por outro, desqualifica a verdade dos valores universais extraídos ou descobertos a partir de um plano de objetos ideais em si, constitutivo do bom senso – plano pretensamente superior ao plano de natureza e das forças de produção das formações sociais (ainda banhado de paixões humanas interessadas e parciais por natureza), enfim, como fundamento que torna possível o conhecimento verdadeiro, imparcial e universal.

© Escola Nômade de Filosofia