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12, 19 e 26 de março
às 20h

Luiz Fuganti, filósofo e esquizoanalista, nos mostrará o que pode a Esquizoanálise.​

A Esquizoanálise é um método pautado na filosofia da diferença e na intuição filosófica, que conduz à criação de si. É um caminho que leva à fabricação da própria realidade e à conquista de um modo libertário de desejar, sentir, agir e pensar.

Além de aplicar a esquizoanálise em si mesmo, criando um modo de vida libertador, você também pode se tornar esquizoanalista e exercer uma clínica que também libertará a outros.

A Esquizoanálise é, antes de tudo, uma clínica da vida.

O aspecto crítico do nosso método torna possível a desconstrução das prisões do nosso desejo, corpo e pensamento.

O aspecto criativo do método proporciona a construção de um caminho preciso, rigoroso e profundo para um autêntico plano de consistência e para uma nova maneira de viver.

Oferecemos um curso de desformatação das subjetividades que funcionam como peças de uma máquina social. O objetivo principal é fazer com que nosso modo de vida não seja mais alimento de um plano de organização social que nos enfraquece.

Os conteúdos e o modo de transmiti-los faz emergir um novo horizonte de eventos para o corpo, para o desejo e para o pensamento.

Nosso método não se reduz a um procedimento teórico de conhecimento. É sobretudo uma maneira prática de fazer ver, fazer acontecer e transmutar o pensamento. Funciona como polidor de novas lentes que fazem reencontrar e multiplicar as forças já disponíveis de cada um, mas até agora inacessíveis porque ainda cativas de um modo reativo de existir e que frequentemente nos torna cúmplices do que criticamos.

Criamos uma metodologia que, além de fazer emergir nossas forças ainda desconhecidas e/ou recalcadas, faz do pensamento um acontecimento imediato de um corpo pleno de potência. O ato de pensar torna-se imediatamente um ato de entrar em acontecimento e criar as próprias condições de existência, o que nos faz superar as condições determinadas pelo atual estágio de desenvolvimento de nossa época e cultura.

A Imersão em Esquizoanálise é dedicada a todos que buscam um novo caminho e sentem a necessidade de reavaliar seus modos de sentir, pensar e desejar. E é especialmente valiosa para profissionais das áreas da saúde, educação, psicologia, psicanálise e psiquiatria.

As aulas abertas e gratuitas da Imersão em Esquizoanálise serão transmitidas via Zoom e Youtube nos dias 12, 19 e 26 de março de 2024, das 20 horas. Você poderá participar ativamente fazendo perguntas via Zoom se for um dos 100 primeiros a entrar na sala, e também há a oportunidade de participar através do Youtube e fazer perguntas pelo chat.

O evento é gratuito. Se cadastre no formulário.

Será uma alegria te encontrar lá!

O QUE DIZEM OS QUE PARTICIPAM?

Achei instigante propor aos alunos gravar um vídeo para falar sobre o impacto do curso Formação em Esquizoanálise em nossas vidas. Como acho que me comunico melhor escrevendo, preferi escrever sobre porque participar do curso tem sido importante pra mim.

Primeiramente, gostaria de esclarecer que aprofundar o meu conhecimento sobre o pensamento deleuziano era um projeto antigo. E por várias razões eu não havia realizado ainda este projeto: falta de tempo, não havia encontrado interlocutores, etc. Já conhecia alguns trabalhos do Fuganti.

Porém em 2018, comecei a fazer alguns cursos na Escola Nômade de Filosofia: a) Método para Rir dos Maus Encontros, b) Curso de leitura sobre “Assim falou Zaratustra”. E Eis que o Fuganti apresenta a proposta do curso sobre Formação em Esquizoanálise/2018.

No primeiro momento, achei que não era pra mim, pois nunca pretendi ser esquizoanalista. Porém, assistindo as aulas do Curso de Introdução à Esquizoanálise pelo Fuganti, a proposta me tocou profundamente. Com a idéia de que a Esquizoanálise é a análise do desejo e não da psiquê; não era apenas uma clínica mas um estilo de vida, ético e estético e um combate a desqualificação e ao rebaixamento da vida que estamos submetidos. Ou seja, uma prática clínica libertária, revolucionária do desejo.

Então embarquei nessa viagem com dois objetivos: me aproximar do pensamento de Deleuze e me qualificar para ser uma aliada da vida forte.

Durante este percurso percebi que surgiu uma linha de salubridade na minha vida e um enriquecimento intelectual e existencial. Sempre valorizei a minha saúde, orgânica e mental. Através do conhecimento dos fundamentos da Esquizoanálise fui descobrindo como poderia desmontar os mecanismos de sabotamento e opressão que estava submetida pela máquina social (família, religião, Estado, etc).

Os resultados são gratificantes: me sinto mais saudável, afirmativa e passei a acreditar na vida forte, na vida libertária como obra de arte e tenho procurado tocar as pessoas para se aproximarem do pensamento nômade como alternativa existencial.

Quero ressaltar a generosidade do Fuganti pois ele passa da hora estipulada dos cursos e dá muitos bônus em cursos para @s alun@s. Tem sido uma honra conviver com o Fuganti ( mesmo que virtualmente!!). Obrigada por você compartilhar a filosofia nômade.

Sou Sabrina Lasevitch, professora, pesquisadora e esquizoanalista. Iniciei o curso de Formação em Esquizoanálise com Luiz Fuganti em 2019, depois de algum tempo em contato com as obras de Deleuze e Guattari, além de Spinoza, Nietzsche e Foucault.

O Fuganti tem uma leitura extremamente profunda e singular desses autores (além de diversos outros, como Bergson e Hume), o que faz com que a formação que ele oferece vá para muito além de uma leitura de O Anti-Édipo, livro onde Deleuze e Guattari criaram a esquizoanálise.

Hoje, em 2022, após o término do curso, eu diria que esta é uma formação para uma clínica da vida, ou da potência. E esta clínica de que falo não está restrita a psicólogas, psicanalistas e terapeutas, de modo geral; é uma clínica que pode ser aplicada no cotidiano do trabalho, das relações e, de modo mais fundamental, do cuidado de si por qualquer pessoa interessada. Em muitas ocasiões, inclusive, os encontros eram terapêuticos por si mesmos, o que fez com que eu saísse do curso muito transformada.

Na verdade, ter o privilégio de participar desses encontros justo nos anos de pandemia de COVID-19 (ao mesmo tempo em que terminava meu mestrado e me preparava para o doutorado) foi algo que me deu muitos recursos para não deprimir nem desenvolver algum transtorno ansioso durante todo aquele período. Além disso, conheci pessoas maravilhosas em minha turma, com quem certamente manterei contato pelos próximos anos, e que considero amigas e aliadas.

Hoje, realizo atendimentos clínicos orientados pela esquizoanálise, ao mesmo tempo em que curso meu doutorado na Psicologia da UFF. Há um número crescente de pessoas que vêm até mim curiosas com a esquizoanálise, querendo saber do que se trata e experimentar a clínica. Apesar de ainda não ser ensinada nas graduações de psicologia (exceto, talvez, apenas na graduação da UFF), vejo que a esquizoanálise vem conquistando cada vez mais espaço, justamente por ser uma teoria que consegue dar conta da complexidade dos processos de subjetivação de nossos tempos.

Por isso, considero este curso de formação imperdível não apenas a psicólogos e analistas, mas a qualquer pessoa que se interesse pelo tema.

 

Estou contente com o meu aprendizado decorrente da formação, e estou gradativamente conseguindo desconstruir os extratos e atolamentos em que fui ao longo da vida adquirindo.
 
Cada vez o Fuganti nos conduz com maestria a adentrar em camadas profundas, porque me eram estranhas e incômodas, mas que se revelam simples e potentes à medida em que o curso foi acontecendo, em especial nestas aulas finais, que se faz luz, ligas, insights, clarões.
 
A absorção dos conteúdos se dá de forma espiralada, desde as primeiras aulas, com o aguçamento do desejo, persistência, estudos, idas e vindas,  e experimentações. Assim o entendimento foi ficando consistente, embora haja ainda pontos  obscuros, mas  sei que no tempo certo eles se revelarão como ferramentas nutridoras da minha diferenciação e preparo para atuar clinicamente como esquizoanalista.
 
Já tenho me servido deste aprendizado em meus atendimentos e têm sido gratificante ver o quanto são potentes e comunizantes. É alegre, prazeroso estar no fluxo, aprender a dançar e cantar e pensar e amar na superfície. A vida é tão dadivosa, agora que descobri como soltar as amarras e como voltar  ao acontecimento e zona de passagem, ela se tornou uma aventura lúdica.
 
Vida longa na eternidade à Escola Nômade, e pensar que eu a encontrei ao acaso, não tão acaso.

Inicialmente devorando conceitos foucaultianos que fizeram pontes, por acaso, mas não por acaso, ao ler pela primeira vez O Anti-édipo fui apresentado ao tema esquizoanálise, que a princípio é uma bela e poderosa palavra. Somos tomados, quase sempre, pela estética, que de imediato nos captura pela palavra. E isso é o maior engano que o ser humano se dispõe: se apropriar dela, a estética e, portanto, a palavra, como uma camada de fuga, de autoproteção, de envaidecimento e de não enfrentamento ético pela alteridade e a favor daquilo que é essencialmente comunal.

Assim iniciei uma investigação a partir de 2016 para identificar quem estava à frente deste conceito, transmitindo este conhecimento no Brasil. Hoje muito mais “institucionalizada”, talvez até pela repetição da palavra que a inflama como o ego (e que se desgasta com o tempo), pelo opressor momento político que passamos a enfrentar a partir daquele ano, e posteriormente pela crise de saúde pública que permanece até então, cheguei aos vídeos públicos do meu colega também arquiteto, Luiz Fuganti.

Como filósofo que é, percebi nele uma capacidade de compreender fenômenos e situações individuais e sociais que extrapolam a questão da psicanálise, já que o caráter subjetivo vinha me convidando a melhor examiná-lo. Seu conhecimento, apresentado através do seu farto material disponível nas redes sociais, me convenceu a mergulhar neste universo por ele liderado. A partir de uma clínica em grupo, e depois na formação em esquizoanálise por ele dirigida, pude me encharcar de conceitos oriundos da filosofia da diferença, regados e nutridos pelas trocas de experiências pelos colegas das turmas.

Este universo acendeu uma chama de percepção, fundamentada pelas minhas vivências como errante, fotógrafo e urbanista “em quarentena” que deseja, alimentando um outro olhar sobre a forma de se viver, sobre a sociedade e sobre a cidade, isso porque o Fuganti, na medida que expõe o seu conjunto visionário, seu corpo sem órgãos, cresce na tela tal como uma divindade ou um monstro que toca na ferida para realmente sangrar e gangrenar, para então poder escutar, acolher e também se afetar.

Minha leitura do mundo e consequentemente a minha produção científica e a minha arte fotográfica passaram a extrapolar ainda mais o lado oculto, não tangível, subjetivo, a ponto de marcar, nesta trajetória, aquilo que chamo de minha trilogia publicada: Heterophotopia,  Arkhitethos e  o Pequenino Atlas do Desafino: um ensaio surreal-esquizofotoanalítico.

Não à toa as bases do surrealismo e da esquizoanálise partem do mesmo ponto: o cruel do Artaud.

Bom sempre lembrar que a etiologia da palavra squizo significa fenda, aquilo que rompe, liberta. Ir a este encontro é mais que necessário, como o próprio viver na singularidade, na potência criadora, no livre fluxo do pensamento e no gozo, pelas poéticas e pela criança que deixamos de ser, mas que a guardamos no coração.

Para isso ou mergulhamos de cabeça nesta fenda, ou repetiremos o que as máquinas (institucionais, principalmente) fazem: roubar a nossa subjetividade para atuar a favor deste nefasto sistema comprador de alma.

Por isso que cada vez mais afirmo: a estética é a pele que te descasca!

Faço questão de enviar o meu relato sobre como a Esquizoanálise afetou a minha vida!

Apesar de todas as coisas difíceis que vivi nesse período, me empenhei em fazer o meu “dever de casa”. A cada desafio uma pergunta importante me ajudou: “O que fazer com o bem ou com o mal que me acontece?” Com essa reflexão, consegui seguir adiante, usando os desafios como provocação!

Então eu te respondo: Sim, a Esquizoanálise foi, e continuará sendo, uma “força ativa” na minha vida, geradora de potência! Quero continuar estudando e, se possível, fazer outros cursos!

A arte, o teatro e a escrita sempre foram uma prática e inspiração na minha vida. Sou também uma psicóloga de alma esquizo…

Por fim, quero te agradecer imensamente por ser essa influência provocadora de potência na minha vida…

PRINCIPAIS DÚVIDAS

Essencialmente para 2 coisas:  Desconstruir nossas prisões. E retomar nossas próprias forças. Desconstruir os valores estabelecidos como dominantes da nossa época, e as nossas cumplicidades com eles. Retomar nossas forças de criação implica uma conquista de viver livre de formas prévias, e uma criação de um modo intensivo de desejar.

A Esquizoanálise, e especialmente este curso, serve pra quem deseja desconstruir suas prisões, seja do corpo, da mente, ou do desejo. Serve pra quem sente que está perdendo o gosto pela vida e está insatisfeito com os métodos tradicionais de psicoterapia. A Esquizoanálise permite atingir camadas do desejo e do nosso modo de viver que envolvem todas as áreas profissionais. É uma prática filosófica e clínica que te devolve as próprias forças, as quais fomos forçados a acreditar que perdemos

 

-Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas que se sentiam prisioneiros de modelos de interpretação do desejo e que com eles acabavam por praticar diagnósticos ainda mais aprisionantes e conformadores do que a condição inicial do paciente.
-Professores e agentes da educação que desejaram implementar no trato com seus alunos e a instituição escolar novos métodos de ensino e aprendizado. 
-Agentes públicos e privados da área jurídica, mediadores de conflitos e justiça restaurativa, abolicionistas penais que pretendiam mudar radicalmente o foco do problema implementando uma justiça real e não mais vingativa.
-Artistas que se encontravam travados em seu processo criativo, que dificilmente conseguiam livrar-se da moral dominante e que sufocavam sua potência estética. Mantinham a arte separada da sua própria vida.
Além de tantos outros profissionais como médicos, jornalistas, sociólogos, antropólogos, economistas, políticos e estudantes.

Nossas aulas online possibilitam uma rica troca de pesquisas e experiências entre os participantes, formando assim uma comunidade onde se fazem importantes aliados. Proporcionamos um ambiente onde prosperam movimentos que ultrapassam os círculos restritos das instituições públicas e privadas. Uma atmosfera de confiança para a afirmação das diferenças. A Esquizoanálise é uma verdadeira revolução pessoal, social e cultural.

Neste curso reencontraremos nossas forças de criação e inventaremos novas ocupações e usos do tempo, dos espaços e dos afetos. Acessaremos novos modos de produzir valor e distribuí-los; e outras formas de consumir o que produzimos, que alimentam uma nova maneira de viver. 
Por isso tudo mais do que nunca é tão necessário quanto urgente investir na desconstrução das velhas formas de subjetivar nosso desejo, de organizar nossos corpos, e de formar nossos pensamentos. É necessário e urgente liberar nossas forças para com elas criar uma nova coesão dos corpos, do desejo e do pensamento em sociedade. 

O curso é aberto a todos os interessados em tornar-se esquizoanalista. Muitos dos que procuram vem de áreas relacionadas a psicologia e filosofia, mas não é um pré-requisito. O curso fornece todas as ferramentas para uma formação completa.

O curso de Formação em Esquizoanálise não é uma especialização ou pós-graduação nos moldes do MEC. Trata-se de uma formação semelhante a realizada nas escolas de psicanálise. Ao final o aluno é certificado como concluinte pelo Luiz Fuganti e pela Escola Nômade de Filosofia e pode atuar como esquizoanalista clínico.

O que comumente se chama de supervisão nas práticas de suporte aos profissionais psis, aqui é reconfigurado sob o termo INTERVISÃO, o qual envolve um olhar não hierárquico nem transcendente na relação entre clínicos. 

Nos encontros de INTERVISÃO, os clínicos participantes trarão seus casos mais complexos e de difícil encaminhamento e Luiz Fuganti recolocará os problemas apresentados sob a perspectiva de uma evolução criadora da vida e do desejo.

A partir da recolocação dos problemas, Luiz Fuganti disponibilizará dispositivos e operadores clínicos que podem formar um conjunto de recursos capazes de enriquecer a prática clínica auxiliando na transformação / transmutação dos modos de pensar e realizar a intervenção junto aos seus analisandos. 

Os encontros de INTERVISÃO na modalidade em grupo são de extrema importância pois deslocam os conflitos do próprio clínico que frequentemente se encontra num impasse de difícil solução: entre o excesso de demandas e trabalho e o pouco retorno qualitativo de sua vida em acontecimento, o que o torna suscetível a se converter em fonte de seu próprio adoecimento. Nesse sentido, esses encontros objetivam que o clínico retome sua linha de salubridade e invista sua potência criadora como antídoto a uma linha de morbidez.

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SOBRE LUIZ FUGANTI

Luiz Fuganti é filósofo, livre pensador da filosofia da diferença. Autor do livro Saúde, Desejo e Pensamento, considerado uma referência entre as melhores e mais acessíveis introduções ao pensamento nômade e à filosofia da diferença.